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Entregadores de aplicativos seguem mobilizados nesta terça-feira (1º) em diversas cidades do Brasil contra a precarização e por melhores condições de trabalho. No Rio de Janeiro, manifestantes da Zona Norte foram detidos, e em São Paulo, lideranças do movimento discutiram reivindicações com o iFood. Na segunda-feira (31), a categoria realizou protestos na Grande São Paulo, incluindo um ato em frente ao escritório do iFood, exigindo remuneração justa. Os trabalhadores também tentam mobilizar estabelecimentos para suspender pedidos por aplicativos.

O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas de São Paulo (SINDIMOTOSP) denuncia longas jornadas, baixos valores por entrega e falta de assistência em casos de acidentes. As principais reivindicações incluem taxa mínima de R$ 10 para corridas de até 4 quilômetros, aumento para R$ 2,50 por quilômetro e pagamento integral da taxa por pedido, mesmo em entregas agrupadas. A paralisação, chamada “Breque dos Apps”, afetou bares e restaurantes, com estabelecimentos que dependem do iFood registrando queda de 100% nas entregas. O iFood informou que monitora as manifestações e se reuniu com representantes do movimento. No Rio, a Polícia Militar interveio em um protesto na Tijuca após denúncias de que manifestantes estariam impedindo colegas de trabalhar. Treze pessoas foram levadas à delegacia, e seis foram autuadas. Nesta terça-feira, um buzinaço ocorreu em Botafogo.

Em Brasília, cerca de 1,5 mil motociclistas participaram da paralisação, com protestos na Esplanada dos Ministérios e em shoppings. O presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais do DF (SINDIMOTO-DF), Luiz Carlos Garcia Galvão, afirmou que o ato denuncia “falsas promessas” das empresas de aplicativos. Ele pediu a intervenção do Governo Federal para mediar as negociações. Representantes sindicais do setor de bares e restaurantes manifestaram apoio ao movimento. As informações são da Agência Brasil.

Lojistas da Praça Nove de Novembro, Centro de Vitória da Conquista, baixaram as portas por 10 minutos na manhã desta sexta-feira (28). O tema da ação “Dez minutos é muito ou pouco tempo?”, faz alusão aos dados divulgados pela ONU Mulheres de que, em todo o mundo, uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por seu parceiro íntimo ou outro membro da família. Realizada pela Coordenação da Juventude de Vitória da Conquista, com apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a iniciativa convidou reuniu tamvbém a comunidade para um momento de reflexão sobre os altos índices de violência contra a mulher. Familiares da dentista Ana Luiza Dompsin, vítima de feminicídio há quatro anos, participaram do ato, com depoimentos e defesa dos direitos das mulheres. Keila Souto, mãe de Ana Luiza, fez um pronunciamento alertando para o fato de que somente o reconhecimento de direitos não é suficiente, tendo em vista que as mulheres precisam estar vivas para usufruir das conquistas. “Ser mulher está cada dia mais difícil. Não existe um padrão para as vítimas, nem para os agressores”.

Keila também chamou a atenção para os diferentes tipos de violência a que as mulheres estão submetidas para além da violência física, como a violência sexual, psicológica, financeira e moral. Também foi debatida a importância de não revitimizar as mulheres que sofrem as diferentes formas de agressão, como duvidar de denúncias ou julgar aquelas que não conseguem sair do ciclo de violência. Uma das comerciantes que aderiram ao movimento foi Cláudia Dutra Melo Pereira, que acredita que a mobilização de toda a sociedade é fundamental para que as mulheres sejam plenamente respeitadas e possam viver com dignidade: “Esse movimento nos orgulha e dá força para dizer que nós não podemos sofrer qualquer tipo de violação”.

O feminicídio é uma coisa que vem crescendo, e nós comerciantes e funcionárias, que também temos filhas, muitas vezes sofremos caladas por falta de apoio, mesmo com os avanços nas discussões e na tecnologia da sociedade”. Coordenador Municipal da Juventude, Luiz Augusto Cardoso Santos Rocha, destacou a importância do evento como uma homenagem às mulheres e um convite à sociedade para refletir sobre os impactos da violência contras as mulheres: “Nós estamos no mês de março, um mês dedicado a várias homenagens para as mulheres, e quisemos aproveitar este momento para trazer uma reflexão à sociedade referente às jovens vítimas de violência dentro da nossa sociedade”. O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Márcio Pedro da Costa, chamou a atenção para a responsabilização de todos e o combate à impunidade. “Nós conscientizamos os lojistas a fechar as portas por 10 minutos. O nosso objetivo é abrir as portas, estimular a economia, mas essa ação lembra que a cada 10 minutos uma mulher é morta, vítima de feminicídio. Não só as mortes, são agressões de diferentes tipos. Não podemos nos calar”.