Por Jeremias Macário
Em “O Sertão Chora”, canta meu companheiro e amigo Wilson Aragão, lá das terras da minha querida Piritiba. Na canção, ele diz que as mulheres morrem de parto na mão de uma parteira. Vem a chuva e nada melhora. As escolas desmoronam… As criancinhas engrossam o exército da ignorância…Lembrei da sua canção de lamento e protesto quando viajava semana ada para Guanambi, numa visita ao meu amigo jornalista catingueiro João Martins, da revista “Integração”, que logo completará 20 anos de circulação. Denuncia o cantor e compositor, que o povo é escravizado no açoite do couro cru. No sofrimento, os sertanejos nutrem a esperança de um milagre de Jesus. A seca que abate a gente e tira a comida da mesa… O sertanejo resiste como pau Pereira. Na seca politicagem, os homens são tratados como se fossem boiada, e a vida nada vale – brada a voz de Aragão.