
O corpo da enfermeira Iulsa Sousa Moreira, de 35 anos, degolada com uma faca na semana ada na Itália, onde atuava, segundo autoridades daquele país, como garota de programa e dançarina de lap dance (dança do colo), só deve ser liberado na próxima semana, após conclusão das investigações sobre a morte. Uma amiga encontrou o corpo de Iulsa no apartamento que ambas dividiam, na via Valli, em Monselice. “Foi um choque para nós, tanto pela morte, quanto pelo fato de saber que ela estava na Itália, já que ela dizia morar no Paraguai”, contou uma prima, que pediu para não ser identificada. “A família está ainda mais abalada por saber que ela atuava dessa forma”. O enterro vai acontecer em Cordeiros, município do sudoeste da Bahia mas sem data prevista, conforme informou o pai da vítima, o microempresário Antônio José Moreira. “A última vez que ela me telefonou foi sábado retrasado (15) e disse que estava tudo bem”. A família de Iulsa tem que correr contra o tempo para levantar cerca de R$ 30 mil para arcar com o translado. “Temos poucos recursos, mas vamos recorrer aos parentes e aos amigos”, completou Moreira, dono de uma pequena casa de peças para motocicletas. Sem conseguir emprego na terra natal por causa de perseguição política, segundo o pai, a enfermeira deixou a pequena Cordeiros, com cerca de 8 mil habitantes, e foi morar em São Paulo aos 18 anos. Saiu do País deixando para trás o ex-marido e um filho, atualmente com 12 anos de idade. O garoto mora com a avó materna e há cinco meses Iulsa resolveu tentar a sorte na Europa.
(Juscelino Souza | A Tarde)