Jorge Maia: Maria Joaquina, o retorno 614h18

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Beócia 30 de fevereiro de um ano qualquer

Querido Jorge Maia, não posso esconder a emoção de retornar a escrever-lhe. São dois anos de ausência, mas encontrei forças para voltar às minha atividades. Nesse tempo de ausência eu permaneci isolada e sem iniciativas, tal foi o impacto da saída de Bell do Chicletes que o mundo tornou-se um lugar estranho, mas a vida é cíclica e voltei à realidade. Leia a íntegra.

Recebi muita atenção de Maria Periguete, a qual sempre me informava sobre a sua preocupação para comigo. Agora estou de volta. Mudei. Vou voltar à minha vida de micaretas, dar a volta por cima. Meu coração não sente derrotas. A alegria venceu.

Aqui na Beócia nada mudou, continua sempre o mesmo mundo do realismo fantástico. Um exemplo é o nosso STB – Supremo Tribunal da Beócia, que é um show à parte. Ali há momentos trágicos, cômicos e chega ao absurdo de um sub – surrealismo (palavra nova), que faz gelar a alma, coagular o sangue e eriçar os pelos, enchendo de perplexidade do mais sábio ao mais simples dos homens. Lá, certamente, nenhuma voz mais alta se levanta.

Mais eu mudei, e para melhor. Vou fazer vestibular para Direito na UNISQUINA e em breve estarei nos corredores do fórum vaquejando processos. Claro que vou chegar no único dia de atendimento da semana, colocar o meu nome na lista para ser atendida pelo Juiz. Chegarei as onze da manhã e serei a primeira a ser atendia às 14:50 e conseguirei o despacho do meu alvará. A luta é grande.

A nossa amiga Maria Periguete, MP para os íntimos, anda meio desvairada. Para falar com alguém tem hora marcada e cheia de vaidade. Ora, essa MP já foi mais simples. Desde a sua desilusão com Francis ficou confusa, mas está estudando. Já concluiu aa graduação e está fazendo mestrado. Participa de um projeto de pesquisa e a sua dissertação é sobre a influência da moda Periquete no âmbito da sociedade pós-moderna. Está correndo trecho mundo a fora. Recentemente esteve na Noruega, onde foi aplaudida.

Querido amigo, sei das suas dificuldades em manter em dia a correspondência, compreendo que a situação do seu País não é das melhores, mas é preciso acreditar em um mundo melhor. Dias melhores virão, em especial para a Universidade de vocês a UESB, a qual deverá sofrer uma renovação. Não pense contudo que estou dispensando a sua atenção. Você é uma força viva que nos mantém esperançosos para um mundo melhor, e cobro aqui uma visita.

Um grande abraço, destas suaves e doces terras da Beócia. Maria Joaquina do Amaral Pereira Góes.