Convidado a ser padrinho de um casamento em Guanambi, necessitava comprar uma camisa verde de manga comprida e uma gravata para compor o traje e subir ao altar. Programei ir ao Conquista Sul no final da tarde desta sexta-feira (05/02), porque além de adquirir a roupa assistiria a uma sessão de cinema e, logo depois, possivelmente beberia um choppinho gelado e beliscaria uma picanha na praça de alimentação do shopping. Para comprar a roupa já tinha endereço certo: a Cia do Terno, onde estivera dias atrás observando os artigos e consultando os preços dos produtos.
Muito bem, peguei um taxi do Candeias até o shopping e fui direto para a loja previamente escolhida. Lá a balconista por nome Fabiana se mostrou muito educada, atendendo-me com distinção ao ponto da compra evoluir de uma camisa de manga comprida e uma gravata para mais duas outras camisas de manga curta. O preço total ficou em R$121,20 com possibilidade de ser dividido em duas prestações no cartão de crédito. Dirigi-me ao caixa… Todo o clima de satisfação se transformou…
Primeiro porque a funcionária do setor não se entendia com a máquina receptora do cartão Visa. As tentativas foram se sucedendo, a discagem se repetia indefinidamente, o cartão era aceito com fundos pela empresa, mas a fatura e o recibo da transação não se efetuavam… Segundo porque neste ínterim entrou novo cliente na loja em busca de um blazer. Uma outra balconista, que não Fabiana, atendeu ao jovem senhor. Entre eles estabeleceu-se uma pequena discussão sobre as diferenças entre os cortes e os botões que diferenciam um blazer de um terno. Ela, para vender o produto que tinha na loja, insistia que tanto um como o outro eram a mesma coisa. A discussão aumentou, a balconista elevou o tom de voz ao ponto das veias do pescoço se inflarem, numa tentativa de convencimento pelo grito… Faltou pouco, muito pouco, para que ela pegasse um cinturão do mostruário e desse algumas lapadas no cliente que, murcho, ligou dando satisfações a esposa pelo celular, resmungou baixinho algumas palavras e entrou no vestiário para provar as peças que a vendedora lhe empurrou nas mãos.
Neste ponto, depois de mais de 10 minutos esperando pela funcionária do caixa que não destravava a maquineta do Visa e presenciando tamanha falta de educação de uma vendedora do shopping, resolvi sair da Cia do Terrno e voltar para casa. O constrangimento foi tamanho que fiquei sem graça para o cinema, para o chopp e para a picanha em fatias…Entrei noutro taxi e, somando a ida e o retorno à loja Cia do Terno e ao Shopping Conquista Sul, vi que gastei R$30,00 para me frustrar com o comércio de Vitória da Conquista…
Amanhã, ao chegar em Guanambi, é possível que antes do casamento eu encontre a camisa verde e a gravata que tanto procuro para apadrinhar o casamento de pessoas amigas e queridas.
Um grande abraço,
Dirceu Góes é professor de Radiojornalismo I e II da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
25 Respostas para “CIA do Terno ou CIA do Despreparo" crossorigin="anonymous"> (adsbygoogle=window.adsbygoogle||[]).push({}); k1n37